Todos nós no nosso dia-a-dia somos confrontados com a diferença, de formas e modos muito diversos. Seja por pessoas que pensam de forma diferente, seja por pessoas que se posicionam na vida de maneira diferente, ou mesmo só porque fisicamente são diferentes. A diferença faz parte da nossa vida.

É muito interessante perceber que todos dizemos ser muito tolerantes e respeitar a diferença do Outro. Mas quando a diferença nos “bate à porta” o tema toma outras configurações, e somos muito pouco abertos à diferença, seja quando temos de lidar ou trabalhar com uma pessoa de uma cultura diferente, ou até mesmo quando uma pessoa não pensa ou se posiciona da mesma forma que nós. Na maioria das situações, esta diferença confronta-nos, é-nos desconfortável.

Todos temos uma enorme dificuldade, embora achemos que não e nos afirmemos como tolerantes e respeitadores, em lidar com a diferença. Mas tudo o que é diferente desinstala-nos daquilo a que estamos habituados e tira-nos da nossa zona de conforto. Respeitar a diferença exige-nos capacidade emocional, mas também intelectual, para compreender o Outro.

A predisposição para conseguir inserir o diferente na nossa vida, implica dois fatores: conhecimento e mudança. Conhecimento porque o diferente exige-nos aprofundar assuntos desconhecidos, que vão para além de nós, para além do nosso mundo. E mudança porque muitas vezes vemo-nos obrigados a alterar a nossa perspetiva sobre determinados assuntos. O facto de eu respeitar a diferença, não quer dizer que perca a minha identidade. Aliás, até pode reforçá-la!

Todos nós somos seres únicos, com a nossa história, com a nossa personalidade, com características físicas que nos tornam singulares. Mas é esta mesma diferença que nos torna pessoas especiais.

É importante perceber que a diferença é só uma diferença, não quer dizer se é certo ou errado, é diferente! O diferente não precisa ser melhor nem pior, ele só precisa de ser respeitado. A diferença é só um pormenor, não é a essência. O que percebemos como diferença no Outro é o seu lugar-comum, e vice-versa. Para o Outro, os diferentes somos nós.

Numa equipa de trabalho ou numa comunidade, a diferença torna-as mais ricas e produtivas. Porque pessoas com histórias e culturas diferentes trazem contributos diferentes. Costumo dizer que se numa equipa de trabalho ou num grupo, todos pensarem da mesma forma…não tem grande interesse!

Nunca as diferenças foram tão notórias, como hoje, no mundo global onde vivemos. Mas sabemos que são fonte de conflito quando uma pessoa/país/cultura quer impor a sua opinião aos demais, desrespeitando a individualidade de cada um.

São estas mesmas diferenças que nos fortalecem enquanto sociedade. As nossas diferenças de hábitos, conhecimentos, características físicas e personalidade são o que nos complementam e fortalecem.

Uma comunidade é muito mais forte quando os seus membros têm competências distintas. Portanto, por mais que sejam desafiadoras, as diferenças são muito necessárias! A diferença acrescenta, não tira!