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Estudantes universitários

Jovens evangelizam outros jovens

25 de Agosto de 2020, por MAFALDA GUIA
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Bruno Cunha

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Inês Espada Vieira

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João Pires Silva

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Luciano Ferreira

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Mafalda Guia

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Manuel Guedes

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Miguel Carvalho

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Nélio Pita

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Pedro Guimarães

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Ricardo Cunha

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Suzana Ferreira

Quantas e quantas vezes já ouvimos frases como “... são os jovens que querem ser protagonistas da mudança (…) vocês são aqueles que têm o futuro!” (Papa Francisco, Jornada Mundial da Juventude Brasil 2013), ou “porque vocês, queridos jovens, não são o futuro, mas o agora de Deus” (Papa Francisco, Jornada Mundial da Juventude Panamá 2019) ou, ainda, a frase “não fiquem no sofá, sejam protagonistas da História”, expressa também pelo Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude na Polónia, em 2016, frase essa que tive o privilégio de ouvir na primeira pessoa, pois estava entre os milhares de jovens que participavam naquele que é considerado o maior evento católico do mundo.

 

De facto, estas e outras tantas frases semelhantes têm sido ditas por muitas pessoas, não só no seio da Igreja, como na sociedade civil. A maior responsabilização dos jovens pelo futuro de todos tem sido sucessivamente, e cada vez mais, reafirmada: no apelo à sua participação na construção da democracia, nos discursos que fomentam a paz, na promoção da coesão social, na divulgação dos valores que devem orientar a nossa vida, no cuidado da casa comum, bem como na evangelização dos que os rodeiam, em especial, dos seus pares, os outros jovens.

 

Enquanto jovem (mais velha) que acompanha o crescimento de outros tantos jovens (mais novos) através do trabalho que desenvolvo na Associação Juventude Mariana Vicentina (JMV) – o ramo mais jovem da Família Vicentina – concordo e revejo-me em todas as mensagens que a sociedade nos dirige e, de um modo especial, nos desafios que o Papa Francisco nos apresenta. Temos mesmo, nós jovens, de ser protagonistas da evangelização, assumir a responsabilidade que nos dão todos aqueles que dizem que os jovens são o agora de Deus. Temos de conseguir manifestar, com a nossa própria vida, que Jesus é o caminho, temos de conseguir tornar sempre presente no nosso dia-a-dia a Boa Nova de Cristo, temos de ter a audácia de aplicar, no hoje e no agora, o Seu Mandamento, o Mandamento do Amor. Porque, por mais séculos que passem, os alicerces que Ele nos deixou jamais ficarão ultrapassados: o amor, a importância da vida, o cuidar do outro.

 

No meu serviço na equipa responsável pelo crescimento da Associação JMV em Portugal, é meu (nosso) objetivo – através de tudo o que fazemos (os encontros, as atividades de caridade e missão, a formação, as celebrações, os momentos de oração e de partilha da Palavra) – ajudar os jovens a crescerem na fé, a conhecerem a experiência de serem filhos amados de Deus, a refletirem na mensagem de Cristo, para, assim, tornarem-se protagonistas da evangelização. Para que o nosso trabalho com os jovens seja frutífero, só há um caminho: evangelizar o jovem pelo jovem. Acima de tudo, é o exemplo de vida que damos, enquanto jovens responsáveis por dinamizar a Associação, a melhor forma de animar e evangelizar. Não posso dizer a um jovem que deve regularmente participar na Eucaristia dominical como essência da Comunhão e da celebração do Dia do Senhor, se eu própria não o faço. Não posso corrigir um jovem por não ter organizado da melhor forma uma atividade missionária se eu não lhe proporcionei uma experiência missionária onde ele pudesse primeiramente viver e aprender. Não posso esperar certos comportamentos e atitudes se eu própria não sou exemplo dos comportamentos e atitudes que espero dos outros. Comportamento gera comportamento e, enquanto agente de evangelização de outros jovens, é fundamental ter sempre isso presente.

 

Além disso, há outra dimensão importantíssima no trabalho de evangelização com os jovens: temos de conhecê-los, saber escutá-los, compreender as suas motivações, os seus receios, as suas preocupações e ambições, para conseguirmos levá-los a que se sintam importantes e peças fundamentais nesta missão de evangelização, não só nos seus grupos de jovens, comunidades e paróquias, mas também nas suas famílias, nos grupos de amigos, na escola ou no trabalho; em suma, no seu dia-a-dia. Os jovens precisam de ser estimulados e responsabilizados, precisam de sentir que sem eles não é possível avançar, não é possível mudar, nem transformar. Os jovens precisam de sentir que sem o seu empenho, sem o seu trabalho e sem saírem do sofá o mundo não se transforma, não cresce, não é possível continuar a fazer presente Jesus Cristo na vida de todos os irmãos, e que os pobres, os eleitos de Jesus e aqueles a quem São Vicente de Paulo tanto se dedicou, não terão braços e mãos para os servir. 
 
Este é, sem dúvida, um dos grandes objetivos enquanto membro da JMV, essencialmente porque precisamos dos jovens para dar continuidade à missão vicentina junto de todos os irmãos, porque sem eles certamente muitas paróquias ficariam mais pobres, sem dinâmica, sem vida. Devemos incentivar e proporcionar aos jovens momentos para refletirem sobre o seu papel na sociedade e na Igreja, e sobre a forma como podem contribuir para a evangelização e o bem-estar do próximo. E, neste âmbito, a formação é, sem dúvida, um trabalho primordial: é necessário estar atento às necessidades de formação dos jovens, partindo da Palavra de Deus e crescendo quer nas dimensões humana, psicológica e social, quer na evangelização e transmissão dessa mesma Palavra. 

 

Os jovens com quem trabalhamos estão numa fase de crescimento interior, humano e social, de procura do outro, de procura de modelos com que se identificar. E é nosso dever apresentar-lhes modelos nos quais se devem inspirar. O modelo primeiro é, claro, Jesus Cristo; São Vicente de Paulo e Nossa Senhora são caminhos que nos conduzem a Cristo. E nós, os jovens mais velhos, vivendo a fé de acordo com estes modelos, podemos e devemos ser inspiradores de todos os jovens, através do trabalho que desenvolvemos e do exemplo que damos.
 

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