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Lições bíblicas

Jesus dedicava uma grande parte do seu tempo, não apenas a anunciar o Evangelho, mas a acolher todos os que eram atingidos por qualquer mal ou qualquer doença. Ele consolava, curava, aproximava-se de todas as misérias humanas. E, naturalmente, as suas obras contribuíam para que as suas palavras também fossem bem acolhidas.

IV Domingo do Tempo Comum

1 – O Profeta.
“Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-lhe” (Mc 1,27).
É esta a interrogação que se punham todos aqueles que se maravilhavam com as palavras e os milagres de Jesus, naquele Sábado, na sinagoga de Cafarnaum. Na realidade, este Profeta já estava anunciado há muito tempo pela boca de Moisés, que o livro do Deuteronómio nos apresenta: “O Senhor teu Deus fará surgir no meio de ti, de entre os teus irmãos, um profeta como eu: a ele deveis escutar” (1.ª Leitura).
Qual é então a missão do profeta? Falar em nome de Deus, transmitir ao povo aquilo que Deus lhe quer revelar: “Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar”. E o que deve fazer o profeta? Ser fiel a Deus e, portanto, à sua missão. Por isso é que é importante escutá-lo e acolher a sua mensagem.

Depois de se ter revelado ao seu povo por meio dos profetas, no Antigo Testamento, Deus falou-nos pelo seu próprio Filho (Hebr 1,1-2). Por isso, Jesus é, então, o verdadeiro Profeta, o novo Moisés que dá a nova Lei ao seu povo, que fala em nome do Pai, a Palavra incarnada que revela o Pai.
Ele dirá que não veio revogar a Lei e os profetas, mas dar-lhes pleno cumprimento, completar o que eles anunciaram. Com Jesus, fica, portanto, revelado tudo o que possamos saber acerca de Deus. E é a boa nova que Ele anuncia, o Evangelho: Deus é Pai que nos ama e espera que acolhamos também esse amor.
A sua autoridade manifesta-se pelas suas palavras (“uma nova doutrina”), pois não fala como os escribas, agarrados à letra da Lei, mas com a autoridade que Lhe vem do Pai: fala, não apenas de Deus, mas como Deus, o Filho, que vem estabelecer com toda a humanidade uma nova e eterna aliança no seu sangue.
O outro sinal da autoridade de Jesus está nos milagres que realiza, neste caso, a cura de “um homem com um espírito impuro”. Jesus dedicava uma grande parte do seu tempo, não apenas a anunciar o Evangelho, mas a acolher todos os que eram atingidos por qualquer mal ou qualquer doença. Ele consolava, curava, aproximava-se de todas as misérias humanas. E, naturalmente, as suas obras contribuíam para que as suas palavras também fossem bem acolhidas.

2 – Um povo de profetas.
Jesus é o verdadeiro Profeta. Mas nós, como Igreja, somos, desde o nosso Batismo, um povo de profetas. Porque fomos escolhidos para sermos filhos no Filho, e sermos enviados a ser presença de Jesus e da sua salvação neste mundo em que nos é dado viver. A vocação batismal não nos deixa guardar só para nós as riquezas do amor de Deus revelado em Jesus Cristo, mas impulsiona-nos a viver, anunciar e testemunhar a vida nova de filhos de Deus que recebemos. Isto é para todos os cristãos sem exceção porque é a nossa vocação comum de discípulos missionários de Jesus Cristo. Daqui brotam todas as outras vocações que o Espírito Santo concede à Igreja.

S. Paulo, na 2.ª Leitura, apresenta-nos duas formas de viver a vocação: a vocação matrimonial, da maioria dos cristãos, e a vocação à vida consagrada. Estamos precisamente a celebrar, até ao dia 2 de fevereiro, a Semana da Vida Consagrada. Para refletir, rezar e propor esta vocação de quem se consagra totalmente a “preocupar-se com as coisas do Senhor, com o modo de agradar ao Senhor”. Pela sua consagração e forma de viver, os consagrados e consagradas já anunciam aquelas realidades últimas e definitivas, testemunhando a vida futura em que Deus será tudo em todos.

Na mensagem que nos dirige, o Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. António Augusto de Oliveira Azevedo, bispo de Vila Real, diz-nos o seguinte: “Na Semana do Consagrado, os cristãos são convidados a rezar, de forma especial, por todos os consagrados, para que sejam fiéis e felizes. Damos graças a Deus pelos homens e mulheres que, nas variadas formas de consagração, permaneceram fiéis ao espírito e ao compromisso que assumiram. Esta fidelidade é razão forte para se sentirem felizes e para merecerem o reconhecimento de toda a Igreja e da própria sociedade.”

Nesta semana, tenhamos também esta intenção nas nossas orações.

Pe. José Carlos, CM
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