As leituras deste domingo apresentam-nos duas figuras antagónicas que se combatem mutuamente: Jesus e o demónio. Personificam duas realidades que são muito antigas e sempre atuais: o bem e o mal.
Domingo X do Tempo Comum
As leituras deste domingo apresentam-nos duas figuras antagónicas que se combatem mutuamente: Jesus e o demónio. Personificam duas realidades que são muito antigas e sempre atuais: o bem e o mal. Trata-se duma luta constante entre estas duas forças. De uma maneira ou de outra, as religiões creem nesta realidade espiritual. Na Bíblia o demónio aparece desde o primeiro livro ao último; quanto a Jesus, só o Novo Testamento se refere diretamente a Jesus.
1. JESUS.
É Deus oculto numa natureza humana. É o Filho de Deus feito homem, aceite por uns, rejeitado por outros; enviado por amor pelo Pai do Céu e que se faz igual a Ele. É o Filho de David, o messias prometido nas Escrituras e esperado pelos judeus; é o salvador humilde e simples, e não o herói e libertador desejado por um falso messianismo. É o filho de José, o filho do carpinteiro, nascido de Maria de Nazaré: homem como nós, com uma família e uma profissão. Fez-se igual a nós em tudo, menos no pecado. É o Filho do Homem, aquele que pelo sofrimento salvaria o seu povo e toda a humanidade.
Jesus causava admiração pelo que dizia e pelo que fazia. Para uns era um Profeta como outros, ou o Profeta que havia de vir; para outros era um inimigo a abater porque atraía multidões, violava as leis e os costumes do povo judeu, “misturava-se” com os simples, os pobres, os humildes, e comia com publicanos e pecadores. Era o homem forte que vinha destruir o império do demónio (do pecado) e implantar o novo Reino de Deus, fazendo apelo à conversão. Jesus vinha salvar o homem e levá-lo para Deus.
2. BELZEBU.
Tem vários nomes bíblicos: Belzebu, Lucifer, Demónio, Satanás, Príncipe deste mundo, Príncipe das trevas, anti-Cristo... Tem figura de serpente, no Génesis (primeiro livro da Bíblia) e vence; tem figura de dragão ou anjo caído no Apocalipse (último livro) e é vencido.
A figura do demónio não é uma abstração: é pessoa ou anjo que se opõe a Deus. Satanás é aquele que se atravessa no desígnio de Deus e na sua obra de salvação, realizada em Jesus e por Jesus. É a personificação do pecado e de todo o mal: por isso se chamam demónios as pessoas más.
3. E NÓS?
Que lado da barricada escolhemos: Cristo ou Belzebu? De que lado estamos ou queremos estar? Com Cristo, ou contra Cristo? Queremos lutar contra o mal, segundo os desígnios e a vontade de Deus? Cristo é o caminho que devemos seguir, a verdade que devemos aprender e ensinar, a vida que devemos viver e transmitir. Quem O segue não andará nas trevas e terá a luz da vida. Como Ele, estamos neste mundo mas não somos do mundo; se a Ele o mundo rejeitou e perseguiu, também connosco sucederá a mesma coisa. Não podemos agradar a Deus e ao diabo.
O demónio não desiste. Tentou o próprio Jesus, no início da sua vida pública e usou a Bíblia para o ataque; com a mesma arma Jesus defendeu-se e resistiu. O comodismo, o interesse, o medo da luta, o receio de desagradar ao mundo, leva pessoas a estar contra Cristo (e a sua Igreja), a não se incomodar ou a deixar correr. A luta continua e a escolha, como sempre, é de cada um e de todos. Os tempos são de muita luta e muitas dificuldades: o discípulo de Jesus mantém-se firme até ao fim. O mal e o bem, o erro e a verdade, os valores e contravalores continuam a guerrear-se: quem, com Jesus, lutar até ao fim com as mesmas armas que Ele usou, esse será salvo. Queremos ser “irmão, irmã e mãe” de Jesus, cumprindo a vontade de Deus.
A última palavra é a vitória de Jesus: do bem sobre o mal. Como Cristo na sua RESSURREIÇÃO.