XXVIII Domingo do Tempo Comum
Neste Domingo somos convidados a meditar no Reino dos Céus que Jesus compara a um banquete nupcial. É a partir desta imagem que se insere a proposta de reflexão do Pe. José Carlos para este Domingo. Na semana anterior ao «Domingo das Missões», vale a pena pensar no convite que Deus também nos continua a fazer, em cada dia.
“O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho”. O convite, portanto, continua, não já para a vinha, mas para a festa: em todo o caso, sempre para o reino de Deus, onde, “na verdade, muitos são chamados, mas poucos os escolhidos”.
Jesus continua falar para os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo. Vemos claramente que se refere a eles quando fala dos convidados que não responderam ao convite para o banquete, como, aliás, aconteceu no domingo passado, quando lhes disse: “Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos”. Continuamos, pois, na linha do convite proposto, da rejeição por parte dos primeiros convidados, da necessidade de aceitar e de dar frutos, isto é, de estar revestido do traje nupcial para participar do banquete.
Na realidade, o convite já vem de longe. Já através do profeta Isaías, Deus anunciava a preparação de um banquete para todos os povos, com tudo o que há de melhor, mas sobretudo com todo o ambiente de alegria e felicidade de quem pôs a sua confiança em Deus e tem a certeza da salvação: “Eis o nosso Deus… Alegremo-nos e rejubilemos porque nos salvou”. Que belo convite nos é feito e que alegria tão grande nos traz! É este o nosso Deus, e não há outro. É este Deus que Jesus Cristo, seu Filho, nos revelou: um Deus que chama, convida, não desiste de nós, e nos dá somente aquilo que é bom: o seu amor e a sua misericórdia. Um Deus que salva, a ponto de nos entregar o seu próprio Filho até à morte, para nossa salvação.
Em Jesus Cristo, esta salvação torna-se efectiva e o anúncio desta Boa Nova torna-se universal: é para toda a humanidade e não apenas para os do primeiro convite. Esta é a missão da Igreja e a sua responsabilidade: fazer que o convite chegue a todos e todos possam aceitá-lo. É esta também a missão dos “servos” de hoje, isto é, dos servidores que se disponibilizam a ir pelas encruzilhadas dos caminhos e convidarem a todos os que encontrarem. No fundo, é a missão de todos os baptizados, mais antigos ou mais recentes, pois a todos é dirigido o mesmo convite: “Vinde às bodas”. Ainda estamos a tempo, porque este Rei não desiste facilmente, uma vez que pretende reunir todos os seus filhos à volta da mesa do reino de Deus, onde podemos proclamar: “Alegremo-nos e rejubilemos”.
Neste início do ano Pastoral, em que começamos muitas das nossas actividades, podemos responder aos apelos de Deus por um compromisso concreto na paróquia a que pertencemos. Além disso, podemos também fazê-lo pelo testemunho de uma vida cristã consciente e responsável na nossa família, no trabalho, nos negócios, na sociedade, em tantos âmbitos da vida social e mesmo política. A presença dos cristãos não é necessária apenas na Igreja, mas também em todas as áreas em que está em jogo o futuro desta terra que habitamos e Deus põe nas nossas mãos. Este mundo precisa que os cristãos sejam sal e luz: sal que não perca o sabor e luz que não se esconda, mas possa iluminar a vida das pessoas e dos povos.
No próximo Domingo, celebramos o Dia Mundial das Missões: que nos ajude a ir descobrindo que a Missão é também connosco, pois “todos somos uma Missão nesta terra”.