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I Domingo de Advento

Ser conscientes, vigiar e estar à espera, é tudo uma questão de amor a Jesus Cristo e de adesão a Ele. Se realmente gostamos de Jesus e acreditamos Nele, então deveríamos desejar que Ele viesse o quanto antes.

Vigilância: a velha e sempre nova forma de seguir Jesus
Começa hoje o tempo de Advento, tempo da espera que constituirá o cumprimento da História: A vinda gloriosa do Senhor Jesus, Filho De Deus. Nas páginas evangélicas que hoje meditamos, Jesus coloca em sentido os seus discípulos sobre como se prepararam para o dia da sua vinda, ou seja, sobre o dia em que se instaurará o seu reino sobre nós.

Jesus parte de uma afirmação crucial: “estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.” Esta afirmação não é uma afirmação para o desânimo, pelo contrário, é a certeza que o Pai criador do universo, no seu amor pela humanidade e por tudo o que criou, prepara aquela hora e no-la revela em tempo oportuno. Somos animados por esta confiança, mais forte que os acontecimentos que muitas vezes nos parecem a contradizê-la.

O texto evangélico estabelece ainda um paralelismo entre o dilúvio que transtornou a rotina quotidiana dos contemporâneos de Noé e a vinda do Filho do Homem. Esta geração que não é pior do que outra geração não se deu conta da importância da vigilância atenta. O Evangelho não condena a maldade ou a violência das pessoas, mas a sua passividade e indiferença (não deram por nada). Só quem vive com esta consciência de tempo, tal como diz São Paulo na segunda leitura, é que pode acolher a advertência de Jesus.

Um cristão devia ser por natureza um cristão vigilante face a meta do seu caminho: o encontro com o Senhor. A vigilância requer uma forte capacidade de oração e luta interior para não vivermos atordoados, ou como vítimas de falsas preocupações.

Ser conscientes, vigiar e estar à espera, é tudo uma questão de amor a Jesus Cristo e de adesão a Ele. Se realmente gostamos de Jesus e acreditamos Nele, então deveríamos desejar que Ele viesse o quanto antes. É nesta atitude vigilante que manifestamos o nosso amor por Deus. Quem de nós nunca esperou por um amor, um familiar que está fora, por uma paixão que foi de viagem, por um filho que está para nascer, por uma boa notícia ou até mesmo quando esperamos por aquela vida que Jesus nos pode dar, na certeza que reencontraremos o amor que partiu primeiro. A espera é das certezas mais básicas da vida: quem ama de verdade espera. Ou, por palavras de Clément Marot: “para quem sabe esperar tudo vem a tempo”.

À luz da palavra de Deus, três simples conselhos que nos podem ajudar a viver este caminho de espera no Senhor:
1- Olhar a vida com outros olhos: com os olhos de Deus;
2- Que despertemos deste mundo sonolento e cansado;
3- Revestirmo-nos de Jesus Cristo.

Por fim, como Família Vicentina, recordamos neste dia as aparições de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré. Começar como Família este tempo de Advento com a figura de Maria é também para nós uma graça. Não só porque é para nós o modelo da espera atenta e generosa para com Deus, mas porque também nós, através do seu exemplo, podemos construir um caminho para Deus, tal como o fez Catarina naquele 27 de Novembro de 1830. Também nós somos chamados a guardar silêncio e a deixar que se faça em nós a sua obra salvadora.

Pe. João Soares, CM
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