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Domingo de Pentecostes

Depois do cinquenta dias, em que fomos celebrando a Ressurreição de Jesus, eis-nos chegados à Festa do Pentecostes, em que a Igreja recebe o dom do Espírito Santo.

1. “Vinde, Espírito Santo”:
“Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”.
É assim que invocamos o Espírito Santo, e pedimos que nos inunde de amor e de graça, e nos ilumine nos momentos mais decisivos da nossa vida.

Depois do cinquenta dias, em que fomos celebrando a Ressurreição de Jesus, eis-nos chegados à Festa do Pentecostes, em que a Igreja recebe o dom do Espírito Santo: cumpre-se assim a promessa do Pai que Jesus rinha anunciado aos seus discípulos. O Tempo Pascal termina aí, com esta Festa, após a qual retomaremos o Tempo Comum.

Fechados dentro de casa, homens medrosos e desanimados, chocados com tudo o que tinha acontecido com Jesus, em Jerusalém, quando o Espírito Santo irrompe naquela casa, lhes abre portas e janelas, aqueles discípulos começam a falar de Jesus a toda a gente, sem receio de nada nem de ninguém, destemidos e completamente transformados. E todos os que tinham vindo de longe, de lugares e regiões tão diferentes, entendiam que os Apóstolos proclamavam as maravilhas de Deus.

No Evangelho, S. João diz que Jesus lhes apareceu ressuscitado, e os enviou: “Assim como o Pai Me enviou, também eu vos envio a vós”; e comunicou-lhes o Espírito Santo, com a missão da reconciliação e do perdão. O medo dos inimigos, o risco de perder a vida já não interessam aos Apóstolos: tornaram-se novas criaturas capazes de enfrentar as dificuldades que lhes vão aparecendo.

Quem recebe o Espírito Santo é uma pessoa nova, alguém que nasce do alto, e não da terra. Receber o Espírito Santo comporta deixar para trás o homem velho, carregado de medo e de malícia, para se revestir do homem novo que conhece o perdão de Deus. Assim, o Batismo é um novo nascimento, selado com o dom do Espírito recebido na Confirmação, e que se atualiza quando recebemos a Eucaristia: a vida cristã é assim um Pentecostes contínuo.

2. Deus fala todas as línguas.
O efeito que a vinda do Espírito Santo exerce sobre os Apóstolos deixa perplexos os ouvintes: “todos os ouviam proclamar, nas suas línguas, as maravilhas de Deus”. O Espírito Santo possibilita que o Evangelho chegue a todos, e que a cada um lhe chegue de maneira que o entenda. Onde houver homens ou mulheres, o Espírito torna possível a proclamação das maravilhas de Deus. E mais: o mesmo Espírito que tornou possível que Maria fosse a Mãe de Jesus também torna possível que todas as línguas, culturas e países possam viver segundo o Evangelho.

Ele faz de todos um só corpo: não anula a diversidade; pelo contrário, realiza a comunhão entre aquilo que é diferente. Por um lado, é criador de diversidade (“Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo”), por outro lado, é criador de unidade (“Assim como o corpo é um só e tem muitos membros,… assim também sucede com Cristo”).

3. O Espírito Santo envia-nos a todos:
“Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós”.
Pela ação do Espírito Santo, Cristo ressuscitado envia-nos a todos. A unção faz-nos participantes da sua Missão: somos enviados, portanto, a “anunciar a Boa Nova aos pobres, a dar a liberdade aos cativos, e a abrir os olhos aos cegos, a libertar os oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor”, disse Jesus na sinagoga da sua terra, logo no início da sua vida pública (Lc 18-21).

Temos, por isso, de nos interrogar se nós, e a Comunidade cristã, nos abrimos a esta ação do Espírito Santo que nos impele a sair ao encontro dos pobres, cativos, cegos, oprimidos, numa palavra, se nos aproximamos daqueles a quem Jesus procurava.

A Eucaristia, por obra do mesmo Espírito, nos fortalecerá para darmos testemunho no meio dos filhos de Deus dispersos pelas “periferias existenciais” de que fala o papa Francisco.

Pe. José Carlos, CM
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