XXX Domingo do Tempo Comum
Quem é Deus para nós? O desafio é abrir o nosso coração e deixar que o Espírito Santo entre. Enão tudo muda: “veremos” um Deus que é Pai e nos ama, que vem ao nosso encontro no seu Filho Jesus, e n’Ele nos faz seus filhos adotivos.
XXX Domingo do Tempo Comum
1. Quem é o nosso Deus? Da resposta a esta pergunta depende também a qualidade da nossa oração e da nossa relação com Deus.
Ben-Sirá diz-nos logo na 1.ª Leitura: “O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas”. Não favorece, não despreza, mas acolhe, atende, para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça. Se é parcial para com alguém, é para com os pobres e humildes: “Não despreza a súplica do órfão nem os gemidos da viúva”. E o Salmo Responsorial acrescenta: “O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz”. Jesus diz, por sua vez “todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”.
E nós, o que pensamos de Deus? Que relação mantemos com Ele? Faz parte da nossa vida quotidiana, ou só nos lembramos dele nos momentos de aflição? Ou ainda é visto como Aquele que apenas mete medo e castiga, em vista de nos tornar mais fiéis e cumpridores dos seus Mandamentos? Quem é Deus para nós? O desafio é abrir o nosso coração e deixar que o Espírito Santo entre. Então tudo muda: “veremos” um Deus que é Pai e nos ama, que vem ao nosso encontro no seu Filho Jesus, e n’Ele nos faz seus filhos adotivos. É um Deus próximo que nos ajuda a ver tudo na perspectiva do dom: a Vida, a Fé, o Amor.
2. Uma parábola. Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano para os que se consideravam justos e desprezavam os outros. Ela exprime bem duas atitudes diferentes diante de Deus e, por isso, também dois estilos de oração. O fariseu é muito cumpridor, mais do que todos os outros homens: não rouba nem mata, jejua e paga o dízimo. Mas não ama, está cheio da sua própria bondade. Confessou os pecados, mas os dos outros, não os seus. Por isso, não pede perdão nem dá sinais de arrependimento, nem assume a responsabilidade do seu egoísmo: para si, os outros não existem a não ser para fazer comparações, e não para os amar. Jesus diz que este não saiu do templo perdoado. Pelo contrário, o publicano, que é pecador, apresenta-se humildemente como tal diante de Deus. É pecador, mas reconhece-o, pede perdão, e é atendido: “desceu justificado para sua casa”.
Com qual destes dois nos identificamos mais? Com o fariseu, que está contente consigo próprio, ou com o pecador que invoca o perdão de Deus? O desafio é acreditar neste Deus que ama, perdoa, que nos renova e nunca desiste de nós, mesmo quando estamos convencidos de que somos melhores do que os outros. Com humildade aceitamos que Deus faz de nós criaturas novas, capazes de testemunhar o seu amor e a sua misericórdia. Neste dia Mundial das Missões, o próprio Jesus nos envia a sermos suas testemunhas. Na sua Mensagem para este dia, o Papa Francisco diz-nos:
3. “Sereis minhas testemunhas” (Act 1,8) – A chamada de todos os cristãos a testemunhar Cristo. É o ponto central, o coração do ensinamento de Jesus aos discípulos em ordem à sua missão no mundo. Todos os discípulos serão testemunhas de Jesus, graças ao Espírito Santo que vão receber: será a graça a constituí-los como tais, por todo o lado aonde forem, onde quer que estejam. Tal como Cristo é o primeiro enviado, ou seja, missionário do Pai e, enquanto tal, a sua «Testemunha fiel», assim também todo o cristão é chamado a ser missionário e testemunha de Cristo. E a Igreja, comunidade dos discípulos de Cristo, não tem outra missão senão a de evangelizar o mundo, dando testemunho de Cristo. A identidade da Igreja é evangelizar.