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Lições bíblicas

XXII Domingo do Tempo Comum

Escolher o último lugar implica servir a humanidade universal desde os pobres. Desde o último lugar ninguém pode ficar excluído do nosso serviço. A escolha do último lugar leva-nos a estar junto dos pobres e viver com eles.

XXII Domingo do Tempo Comum

1. Jesus propõe-nos viver um modo de vida na contracorrente. Na nossa sociedade ressalta-se o valor da riqueza, do poder, do reconhecimento dos outros. Jesus propõe-nos ir-nos fazendo pequenos como caminho de plenitude. Este caminho da pequenez é a humildade e a pobreza. A humildade nasce da descoberta da fragilidade. Sabemo-nos criatura de Deus e necessitados do amor dos irmãos. A pobreza evangélica consiste no desapego voluntário das coisas materiais e a renúncia a elas por amor a Jesus, e a centrar a vida em Deus, supremo bem.

2. Os pequenos recebem o cuidado e a proteção de Deus. Na primeira leitura de hoje diz-se “Faz-te pequeno nas grandezas humanas e alcançarás o favor de Deus”. Quem assim faz recebe de Deus a verdadeira sabedoria: “Deus revela os seus segredos aos humildes”. Os pobres são os verdadeiros confidentes de Deus (cf. Lc10,21). O salmo 67 apresenta-nos a Deus como o defensor dos pobres.
A carta aos Hebreus (segunda leitura) mostra-nos a predileção que Deus teve com a Igreja, com o pequeno rebanho de seu Filho. Nós os discípulos de Jesus conhecemos a Deus por meio de um acontecimento de amor e de luz que nos leva a confiar. Nós, seguidores de Jesus, temos a graça de estar perto do céu – da Jerusalém celeste – e sobretudo, estamos próximos de Deus e de Jesus, mediador da nova aliança.

3. No Evangelho de hoje, na parábola do convite para a boda que hoje Jesus nos narra, é-nos indicado o caminho para ser pequenos: a escolha dos últimos lugares. Temos de escolher o último lugar porque queremos que seja Deus quem nos indique o nosso lugar. Aquele que constrói a vida desde si mesmo quase sempre busca algum lugar principal para se situar. Mas viver a fé exige confiar em Deus e deixar-se levar por ele para o último lugar. Deus, que nos convidou para o banquete, premiará a nossa humildade e nos dirá: “Amigo, vem mais para cima”. Ou, como diz Maria: “Derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes” (Lc. 1, 52).

Mais um motivo para ir para o último lugar: Jesus quis para si o último lugar durante toda a sua vida: nasce como um pobre, num presépio, morre como um maldito numa cruz e depois da ressurreição permanece pobre na Eucaristia. Viveu como o último dos escravos lavando os pés dos irmãos. O próprio Deus busca situar-se no último lugar para servir a humanidade.

Escolher o último lugar implica servir a humanidade universal desde os pobres. Desde o último lugar ninguém pode ficar excluído do nosso serviço. A escolha do último lugar leva-nos a estar junto dos pobres e viver com eles. Quem vive entre os pobres aprende a ajuda-nos a ser pobres.

4. A Boa Nova relaciona a pobreza com o Reino dos Céus. Indica-nos que os nossos tesouros não hão de ser as riquezas terrenas que muitas vezes nos escravizam e nos levam à infelicidade. Devemos acumular os tesouros para Deus.

O trato que tenhamos com os pobres será decisivo para poder aceder ao Reino dos Céus. Se vivermos caritativamente com eles, seremos convidados a viver sempre com Jesus (cf. Mt. 25, 34). Se vivermos com eles fraternalmente, seremos recompensados no último dia. Os pobres serão quem nos abre as portas do Reino: “Quando deres um banquete convida os pobres (…); pagar-te-ão na ressurreição dos justos”.

Pe. Albertino Gonçalves, CM
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