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Lições bíblicas

Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

Portugal é neste dia o palco de inúmeras festas em louvor da Mãe de Deus: bate o record mundial pela quantidade de localidades e Comunidades cristãs que a honram e festejam. Com muitos nomes e invocações a realidade é a mesma: pés na terra e olhos no céu – como Maria.

Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

A oração colecta da vigília da Missa da Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria resume bem os objectivos e os significados do mistério que celebramos. Ei-la: “Senhor nosso Deus, que, olhando para a humildade da Virgem santa Maria, a elevastes à dignidade de Mãe do Verbo Encarnado e, neste dia, a coroastes de glória, concedei-nos, por sua intercessão, que, salvos pelo mistério da redenção, mereçamos ser por Vós glorificados”.

É Deus o autor de toda a actividade: olhou para a Humildade de Maria, a elevou à dignidade de Mãe do Verbo Encarnado e a coroou de glória; que pela sua intercessão, sejamos nós merecedores de ser glorificados uma vez que fomos salvos pelo mistério da redenção.

A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é o nosso destino. A chegada da nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e vivem como verdadeiros cristãos. A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.
As leituras da Missa do dia transportam-nos para as montanhas da Judeia aonde Maria foi apressadamente para visitar a sua prima Isabel e conduzem-nos através da história bíblica ao futuro já visitado por São João no livro do apocalipse.

A nova humanidade nascida no Calvário, a Igreja é figurada na pessoa de Maria de Nazaré, a Virgem Mãe de Deus que gera na dor. Por isso pensando na Igreja também nós vemos Maria, a mulher vestida de sol com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça que trava uma luta feroz com o dragão, o símbolo do mal. Ainda hoje sofremos as adversidades e os golpes desferidos pelo mal no mundo, mas sabemos que a vitória será nossa porque filhos de Deus.

Portugal é neste dia o palco de inúmeras festas em louvor da Mãe de Deus: bate o record mundial pela quantidade de localidades e Comunidades cristãs que a honram e festejam. Com muitos nomes e invocações a realidade é a mesma: pés na terra e olhos no céu – como Maria. É ocasião para não nos deixarmos entorpecer, nem desanimar, por aquilo que não está bem, quando olhamos apenas para o chão. Olhamos para o alto, olhamos para tudo aquilo, de belo e grandioso, que Deus já realizou em nós, com a Sua bondade e que afinal já nos dá tanta alegria e contentamento. Este olhar lançará o nosso coração para a frente, para as alturas. Se temos o coração fixo nas alturas, se a flecha do nosso desejo aponta para o alvo, que é Deus, a nossa vida ganhará em profundidade, grandeza, luz e beleza.

A simbologia e a variada iconografia ligadas a este dia, não nos podem deixar esquecidos da Medalha Milagrosa e das aparições da Santíssima Virgem à noviça Catarina Labouré, na Rue du Bac em Paris. Olhar a Senhora da Medalha no verso e no reverso é descobrir um Evangelho vivo e uma fortíssima mensagem para cada um de nós que a trazemos com devoção e para todo o mundo indistintamente de raça, credo, cultura ou latitude. O convite à oração e à acção missionária é forte. Assim saibamos nós corresponder a quem muito amou e nos amou primeiro.

Pe. Manuel Martins, CM
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