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Lições bíblicas

Festa da Sagrada Família

“A família é uma escola!” Esta é uma imagem usada pelo Papa Francisco que nos ajuda a perceber a importância que a família tem para a sociedade, mas também para Deus e para a Igreja. É uma escola de valores humanos e cristãos. A partir da Palavra de Deus deste domingo destaco 3 aprendizagens fundamentais: a família é escola de misericórdia/perdão, de fé e de gratuidade/graça.

Festa da Sagrada Família

Se há alguma altura do ano que nós mais identificamos com a família e sentimos a falta dela, essa altura é o Natal. Tendo isto presente, a liturgia e a Palavra de Deus, que acompanham a vida do homem e querem ser luz e apontar caminhos, propõe que nesta quadra natalícia celebremos a festa da Sagrada Família.
“A família é uma escola!” Esta é uma imagem usada pelo Papa Francisco que nos ajuda a perceber a importância que a família tem para a sociedade, mas também para Deus e para a Igreja. É uma escola de valores humanos e cristãos. A partir da Palavra de Deus deste domingo destaco 3 aprendizagens fundamentais: a família é escola de misericórdia/perdão, de fé e de gratuidade/graça.

1. Escola da misericórdia
A 1ª e 2ª leituras destacam esta dimensão. A família é uma escola da misericórdia. Na 1ª leitura fala-se da relação entre pais e filhos e menciona-se por duas vezes o perdão dos pecados: “Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados”; e “a tua caridade para com o teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados”. Também na 2ª leitura S. Paulo dirige-se à família como escola de grandes virtudes, das quais destaca a misericórdia e a caridade: “revesti-vos de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”. E ainda: “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente”.
Estamos a tocar na essência da fé cristã e da própria identidade divina e do cristão. Vale a pena recordar o que diz o Papa Francisco sobre este tema: “No comportamento divino, a justiça é superada pela misericórdia, enquanto o comportamento humana se limita à justiça. Jesus exorta-nos a abrirmo-nos com coragem ao poder do perdão, porque nem tudo na vida se resolve com a justiça”. Por isso conclui que “quem não perdoa não é cristão”. Assim, aprender a perdoar é aprender a ser cristão e a família tem um papel decisivo na transmissão deste ensinamento.

2. Escola da fé
No Evangelho encontramos o último episódio da infância de Jesus que, juntamente com Maria e José, vai ao Templo. São muitos os ensinamentos que contemplamos neste momento da vida da Sagrada Família:
- Vai ao Templo CELEBRAR a sua fé. É uma família que vive, celebra e comunica a fé. As famílias cristãs estão a perder a capacidade de comunicar a fé e celebram-na cada vez menos. São cada vez menos os cristãos que participam nas celebrações natalícias…
- No regresso a casa dá-se um contratempo estranho: após um dia de viagem, Maria e José aperceberam-se de que Jesus «não fazia caminho com eles», ficaram preocupados e foram procurá-lo. Serão pais desleixados? Não. É mais um sinal importante para as restantes páginas do Evangelho e para nós: quando nos apercebermos de que Jesus não está a fazer caminho connosco, devemos ficar preocupados e ir à procura dele. Por outras palavras: NÃO PODEMOS PERDER JESUS e caminhar sem Ele.
- E Jesus terá sido um filho rebelde que não acompanha os pais e já lhes responde? É sinal de crescimento. Jesus começa a traçar o seu futuro e a distanciar-se dos pais em direção ao Pai. Mas era-lhes submisso e crescia em sabedoria e graça.
- E no fim desta viagem ao templo e regresso a casa deparámo-nos com a atitude de Maria que guardava tudo isto no seu coração: COMTEMPLAÇÃO DO MISTÉRIO. É preciso que as famílias continuem a viver a fé, a rezar, e com o seu testemunho de vida, transmitir a fé aos mais novos. Só assim poderá ser escola de fé.

3. Escola da gratuidade
A família é o 1º lugar existencial onde se aprende a gratuidade. No nosso mundo tudo se compra e vende. O único lugar (ou perto disso) onde se cresce na gratuidade, no dom, na dádiva, é na família. Tudo nos foi dado por puro dom. Assim devemos encarar a vida e a família tem esta tarefa única de fazer crescer os seus membros na gratuidade. “A gratuidade é a linguagem de Deus”.

São iluminadoras as palavras do Papa Francisco: “Hoje discute-se muito sobre que tipo de mundo se quer deixar aos filhos: deixemos-lhes um mundo com famílias. Cuidemos das nossas famílias, verdadeiras escolas do amanhã, pois Deus incentiva-nos ao amor, e quem ama compromete-se sempre com as pessoas que ama.”

Que as famílias sejam escolas do amanhã, escolas da misericórdia, da fé e da gratuidade. E assim, poderemos cantar com o salmista de hoje a alegria de uma família feliz cuja felicidade brota da bênção paternal do Senhor. Que o Senhor abençoe todas as famílias e as ajude a ser felizes, mesmo rodeadas de tantas dificuldades!

Pe. Bruno Cunha, CM
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