REFLEXÃO DOMINICAL
XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A
O ser humano diante do trigo e do joio, do bem e do mal
Uma pergunta constante na nossa vida, faz parte de nós: o que é o Reino dos Céus? A que podemos comparar o Reino dos Céus?
No domingo passado, Jesus, comparava o Reino dos Céus ao semeador, à semente lançada à terra. Em continuidade com essa parábola apresenta-nos outras três.
Através das parábolas, Jesus, tentou duma forma simples, introduzir-nos neste tema. Contudo, a dificuldade dos discípulos em compreender mantém-se em nós hoje.
O dilema bem/mal é um dilema da história… tantas vezes nos interrogamos sobre o porquê do mal, porque Deus permite isto ou aquilo.
A boa semente é semeada no nosso coração e ela nasce, cresce frutifica na medida em que cada um de nós lhe dá espaço e deixa que ela se desenvolva. A par desta boa semente, de amor, de esperança, de fé, também aparece o joio, o pecado, as trevas, todas as situações na vida que nos afastam de Deus.
No nosso coração encontra-se, então, o joio e o trigo, vive em nós, lado a lado, o pecado e a conversão, o egoísmo e a caridade, o individualismo e o sentido do outro, do irmão.
Tantas vezes somos confundidos e não conseguimos ver a realidade à luz de Deus, e, nesses momentos poderíamos arrancar o bem do nosso íntimo a pensar que aniquilávamos o mal. Por isso, Jesus, nos diz que os dois crescem juntos; cabe a cada um de nós desenvolver, ter obras de caridade e de amor.
É nos momentos de maior fraqueza que sentimos a presença do Espírito Santo que não nos abandona, antes nos dá força, coragem para ultrapassarmos os momentos mais difíceis. Mesmo que não saiba como me dirigir a Deus, o que lhe pedir nas minhas orações, ele está presente, sabe o que mais necessito para avançar, para caminhar.
A pequena semente, de esperança e de luz, desenvolve-se em nós e essa pequena semente torna-se uma grande árvore que acolhe, que tem um pequeno espaço para abrigar o outro, para ajudar o outro a crescer, a ser ele próprio. Há espaço em mim para amar e ser amado.
A palavra de Deus, o amor de Deus ajuda-me a amadurecer como pessoa, e, assim envolvido por Deus, torno-me evangelizador e o Reino de Deus cresce em mim e ao meu redor, também eu sou fermento.
Neste domingo, sou convidado a libertar-me das amarras, do “eu” mesquinho e a entregar-me ao anúncio do Reino dos céus: “com o suor do meu rosto e com a força dos meus braços” (S. Vicente de Paulo).